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Autor Tópico: Contra-esterço e outras dicas  (Lida 2969 vezes)

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grenga

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Contra-esterço e outras dicas
« Online: Dom 15, Outubro, 2006 - 16:47:54 »

Contra-esterço
 
Foto: As curvas ficam mais fáceis

 Entenda como funciona essa eficiente forma de pilotagem que requer apenas um pouco de treino. Durante as aulas do curso de pilotagem SpeedMaster de pilotagem esportiva, eu gostava de pegar todos de surpresa com uma pergunta, como aquelas pegadinhas de vestibular: Qual a forma mais rápida de desviar de um obstáculo? Seguem-se várias respostas, das mais originais, e a surpresa geral vem na hora de revelar a resposta certa: basta virar o guidão para o lado contrário de onde se quer ir.

Fundiu a cuca? Quem já passou pelos bancos de escola deve lembrar daquela lei básica da Física (Lei de Newton) que diz: "a cada ação corresponde uma reação igual intensidade no sentido contrário". No momento em que uma moto entra em movimento, várias leis da Física são aplicadas. Para começar, o que era peso vira massa e um mundo de variáveis dinâmicas vão atuar sobre o simples ato de passear de moto.

Um dos exercícios do curso foi candidamente apelidado de "Atropelando a Velhinha". Colocamos um cone de borracha e o aluno precisa desviar da forma mais rápida e eficiente. Primeiro cada um faz o exercício utilizando suas próprias técnicas de pilotagem. Depois vem a orientação que normalmente dá um nó na cabeça dos alunos.

Para desviar para a esquerda, deve-se pressionar o guidão com a mão esquerda, empurrando-o para o lado direito. Após uma sucessão de ooohhhhhs e aaaahhhhhhs, fica claro que ninguém ali acreditou numa só palavra; então partimos para a aula prática. Eu mesmo, ou o instrutor Minhoca fazíamos o exercício diante de vários pares de olhos. Com apenas a mão esquerda no guidão, nós rodamos até quase bater no cone e fazemos a manobra, conhecida tecnicamente como contra-esterço, desviando a moto para o lado esquerdo.

Após constatarem que realmente funciona, chega a vez de os próprios alunos repetirem a manobra. No começo alguns ainda não acreditam, mas após algumas repetições todos concordam que o desvio da trajetória é muito mais rápido. Isto ocorre porque ao provocar uma ação (virar o guidão para o lado direito), as forças que atuam na roda dianteira provocam uma reação contrária, que é voltar para o lado esquerdo. Quer uma prova?

Pegue uma bicicleta - se não quiser arriscar sua moto - e quando estiver em uma boa velocidade, empurre (veja bem, é para empurrar, não é para inclinar) o guidão para a direita e perceba que a bicicleta vai desviar imediatamente para a esquerda. Com a moto, tente mentalizar um obstáculo imaginário e faça a experiência de empurrar o guidão para qualquer lado. A reação será o desvio para o lado contrário.

Vaca louca
A técnica do contra-esterço é muito utilizada nas pistas, principalmente nas curvas de baixa velocidade, onde o piloto precisa contornar a curva sem deixar cair muito o giro do motor. Nas ruas e estradas, para desviar, a técnica do contra-esterço produz uma reação rápida, eficiente e segura, e depois de alguns treinos pode-se fazer isso naturalmente, como trocar de marcha.

As outras aplicações do contra-esterço são: ultrapassar de forma mais rápida e segura; corrigir o inserimento em curva; desviar de objetos em plena curva; corrigir a trajetória na curva; mudar a trajetória em reta sem deslocar o corpo; retornar a moto para a posição menos inclinada após a curva o mais rápido possível e, claro, facilitar o inserimento em curva sem fazer tanta força.

Outra orientação na hora de desviar, seja de uma velhinha, de um buraco, de uma vaca, ou qualquer coisa, é sempre olhar fixamente para o lugar aonde você quer passar, nunca para o obstáculo. Normalmente temos a tendência de seguir para onde olhamos. Os atiradores de arco e flecha, por exemplo, sempre olham fixamente para o centro do alvo, nunca para as beiradas. O Pelé era um exemplo: com a bola dominada, ele sempre olhava para o ponto onde queria jogá-la, nunca para a bola.

A mesma coisa deve ser feita por motociclistas; é preciso condicionar o cérebro para olhar sempre para o desvio, nunca para o obstáculo. Quantas vezes você viu um buraco e, mesmo assim, passou por cima dele? Tudo culpa do cérebro, este computador com ótimas funções, mas que depende exclusivamente do programador.

Viajando pelo interior do Brasil é muito comum encontrar animais na pista. É incrível a quantidade de cachorros atropelados que ficam pelos acostamentos. Existem algumas diferenças básicas para desviar de animais. Em caso de animais de pequeno porte (gato, coelho, cachorros pequenos), peça perdão a Deus e passe por cima. O risco de cair ao desviar de um animal pequeno é muito grande porque eles são extremamente rápidos e imprevisíveis. E como são leves, é pouco provável que irão derrubar uma moto.

Já os animais de grande porte (cachorrões, cavalo, jegue, vaca) são mais lentos e mais previsíveis. Quando assustados, os eqüinos têm a tendência de correr para a frente, portanto é melhor desviar por trás do animal. Já os bovinos têm a tendência de andar para trás, por isso é melhor desviar pela frente (a frente dos bovinos é o lado que tem chifres). A menos que você dê de cara com uma vaca louca; neste caso, lembre-se apenas de não fazer churrasco com a vítima. - Tite
 
 
Fonte: MotosMotonline informação sem impressão

 

 
Ao Leitor

Pilotar uma moto de forma segura e com a técnica correta exige sempre muita atenção a tudo o que se passa em volta, um preparo físico dentro de padrões aceitáveis e cuidado com a manutenção do veículo - pois mesmo o melhor piloto do mundo nada poderá fazer se, por exemplo, o freio apresentar problema e a moto não parar...
A experiência também conta. Pois com o passar dos anos, o motociclista vai aprendendo a "dominar" melhor seu veículo. Para encurtar esse caminho preparamos várias matérias com muitas dicas.
Alguns dos mais renomados pilotos brasileiros ensinam "o caminho das pedras" para que você aperfeiçoe sua técnica. Há também importantes dicas de exercícios de treinamento para melhorar a habilidade. Aproveite!

A importância do equipamento

Todo bom piloto sebe a importância de usar um bom equipamento de proteção e de ter o vestuário adequado ao tipo de uso e estilo da moto. Capacetes, botas, luvas, jaquetas, macacões e roupas especiais devem ser escolhidas com critério. Nem sempre o mais barato oferece a proteção mínima exigida e nem sempre o mais cara é garantia de qualidade. Evoluir em pilotagem também significa usar equipamentos adequados, confiáveis e de boa procedência.
   

Na pista e na rua

Único brasileiro a disputar o Campeonato Mundial de Motovelocidade - na principal categoria, a de 500 cc - o piloto Alexandre Barros faz um alerta par quem quer se comportar no trânsito como se estivesse numa pista. Pilotar em pistas de corrida e nas ruas, no meio do Trânsito, são duas coisas completamente diferentes", diz.
o Na visão de Alexandre, há mais segurança pilotando nas pistas, em velocidade superior a 200 km/h, do que no trânsito das grandes cidades. "Na corrida, todos são pilotos, estãosuper equipados e sabem o que fazer. Nas ruas há uma série de surpresas que podem surgir. Por isso, o bom motociclista urbano é o que está sempre muito atento, equipado e com a moto em boas condições", afirma
o Alexandre Barros aconselha que todo motociclista faça uma inspeção periódica na moto, checando freios, embreagem, folgas em manetes e pedais, sistema elétrico (farol e pisca), calibragem dos pneus e ajuste dos espelhos, retrovisores. Para ele, isto é um grande passo para que "imprevistos" não prejudiquem a pilotagem e a segurança.
o A boa postura - com coluna ereta, braços relaxados (levemente dobrados para baixo), pés paralelos ao solo e sempre próximos ao freio e pedal de câmbio - é fundamental para reações mais rápidas caso necessário, além de cansar menos o piloto, alerta Alexandre;
o Nas curvas, o principal - segundo Alexandre Barros - é entrar sempre em velocidade compatível com o tipo de mato e piso. "A mesma curva é muito diferente de ser feita com uma moto super esportiva, uma custom ou ma trail. Cada uma delas tem seu limite. Saber disso é dever do piloto", avisa.

 
O francês Hilaire Damiron conta que um dos segredos para melhorar a técnica de pilotagem
é saber executar o contra-esterço, manobra explicado ao lado.  No contra-esterço, o guidão é forçado levemente para o lado contrário ao da
curva, conforme na foto da moto, no gráfico acima mostra que apesar da curva ser para a direita, a movimentação do gudiãoé para esquerda
 

Ao fazer uma curva, em velocidade relativamente alta - numa estrada, por exemplo - você força o guidão da moto para o lado de "dentro" ou para o lado de "fora da curva"? Esse é uma pergunta que o piloto francês Hilária Damiron, atualmente radicado no Brasil, sempre fazia quando era instrutor de pilotagem avançada na escola de campeão Dominique Sarron, na França.
o Segundo Hilaire, a maioria dos alunos fica surpreso ao saber que a resposta correta é "empurrar" o guidão no sentido contrário ao da curva, ou seja para "fora". Essa manobra é chamada "contra-esterço". Ele explica que a maioria o faz inconscientemente, pois esta é uma reação natural ao efeito giroscópico das rodas.
o O efeito giroscóspico surge em velocidade superior a 35 km/h e se torna mais intenso quando maior for a velocidade. É um fenômeno físico criado pelo movimento giratório das rodas da moto. Sua tendência é mantê-la em pé e rodando em linha reta enquanto existir
movimentoe velocidade.
A curvatura externa existe nos pneus de motos, também ajuda quando o piloto realiza o "contra-esterço", eliminando a tendência de a moto se manter em linha reta, forçando-a a inclinar-se e "deitar' par o lado de "dentro" da curva.Mas isso somente funciona quando a velocidade é superior a 35 km/h, dependendo do tipo de moto e do tamanho de suas rodas, já que quando maior for esse diâmetro maior o efeito giroscópico. Em velocidade inferiores a 35 km/h a moto reagem como uma bicicleta.
o Ao forçar levemente o guidão para o lado contrário ao da curva, o piloto facilita o controle da moto, equilibrando as forças que atuam sobre ela. Parece contraditório, mas o "contra-esterço" serve para ajustar a moto à velocidade e a o raio da curva, podendo fazê-la "deitar" mais ou menos, conforme a necessidade.
o Quando mais força de contra-esterço o piloto aplicar sobre o guidão, mais a moto deitará e fechará a curva. A manobra é importantíssima para quem pilota em alta velocidade, mas também extremamente útil em situações normais.

Curva, como vence-las

 
O piloto Alexandre Barros faz uma tomada de curva em estilo esportivo:equilíbrio entre as forças da gravidade e centrífuga. Não se deve frear "dentro da curva".A frenagem deve ser feita sempre antes, com a moto ainda na vertical, para então iniciar o movimento de inclinação em velocidade constante.


+ É na hora de fazer a curva que se conhece o bom piloto, já que nas retas exige-se pouca habilidade. E cada estilo e tamanho de moto apresenta um limite diferente quando o assunto é curva.

Fazer um curva também envolve física, pois duas forças básicas atuam na moto. A da gravidade (peso da moto e a do piloto) que com a moto inclinada, a comprime contra o chão. E a força centrífuga que, devida a velocidade"empurra" a moto para fora da curva. Essas duas forças agem sobre a suspensão e os pneus . É do equilíbrio entre elas e da aderências dos pneus à superfície que depende uma curva bem feita.

Quanto maior e mais pesada a moto, mais ela sofrerá com a força centrífuga. O mesmo ocorre com a velocidade: quanto mais rápido mais se sente o efeito da força centrífuga. Tem mais: quanto mais fechada a curva, maior será a ação da força centrífuga.

+ A arte de fazer a curva.

O segredo de uma curva bem feita é reduzir a velocidade antes de "entrar" - se for necessário frear, use os freios dianteiro e traseiro ao mesmo tempo, antes da curva- inclinar a moto e corpo de acordo com necessidade, manter aceleração constante e só aumentar a aceleração depois de terminada a curva.
 

Fonte: http://www.bluriders.com.br/

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